[tradução de entrevista] Entrevista com DIMLIM sobre seu novo álbum CHEDOARA (PARTE 3)


Entrevista original aqui: GekiRock


✔✔ Essa é a parte 3 da entrevista, clique aqui para a parte 1 e aqui para a parte 2.

❤ Tradução totalmente elaborada por mim.
❤ Se for repostar essa tradução, por favor, me dê os créditos, de preferência com um link aqui pro site, deu trabalho pra fazer, então sejam legais. 

⚠⚠ Tudo que estiver entre [] são observações e adições minhas.
⚠⚠ Se vir qualquer erro, me avise que eu arrumo.




Em “Malformation” fica claro que a história gira em torno de algo grotesco, de onde vem toda essa tristeza herética?

Sho: Há partes que eu aplico a mim mesmo. Pessoas diferentes, no final, são parte de uma minoria não é? Uma minoria pode ser oprimida e mal entendida. É como se eu tivesse rabiscado essa letra sobre mim mesmo, não me lembro muito bem do que estava querendo escrever.

Você tem sentido isso há muito tempo?

Sho: Acho que minha vida inteira, eu tinha essa sensação na escola primaria o tempo todo, se eu estivesse vivendo uma vida comum, não teria onde despejar essas coisas, mas agora eu tenho um lugar para isso, que se chama DIMLIM, então estou despejando.

Em “D.Hymnus”, “Hymnus” significa “hino”, mas o que significa o “D”?

Sho: Significa DIMLIM, mas de toda forma eu não costumo ler esse “D”.

qual é o propósito desse título?

Sho: A expressão de crianças cantando o hino, parece ser de um sorriso não é? Mas será que elas estão sorrindo do fundo de seus corações? Esse é o sentimento colocado nessa música. É a mesma coisa na sociedade em que vivemos. Todo mundo sorri de maneira fria, mas será que isso está certo? Eu acho que não é só porque é como nos foi ensinado que “isso é certo”. No Japão é tudo “porque todo mundo está fazendo”, eu parei de pensar “como todo mundo diz”, muitas pessoas ainda não agem e pensam por si próprias, mas nós não somos assim.

pra concluir esse assunto, os versos da letra de “’hito’ to ‘katachi’”, “secretamente as pessoas são assassinadas” e “que tipo de palavras o matarão a seguir?” são impressionantes.

Sho: De fato palavras podem matar pessoas, mesmo que elas não morram realmente… Até agora, eu tenho visto muitas pessoas vertendo tais palavras. Dessa vez essa é uma letra fácil de entender, não é? Faço letras difíceis de propósito, usando metáforas e anástrofes, fiz letras que cabem várias interpretações. Agora, mesmo que eu tenha aproveitado várias formas, acho que escrevo como se quisesse transmitir o que realmente quero dizer a mim mesmo. Entre essas letras, “’hito’ to ‘katachi’” é consideravelmente fácil de entender, mesmo que você não perceba, pode estar usando palavras que machucam as outras pessoas, há palavras que ferem as pessoas secretamente, sabe?!

Parece que você acumulou muita frustração.

Sho: Sim. Agora o primeiro evento que organizamos (realizado no ClubAsia de Shibuya dia 08 de agosto de 2018 / entrevista do final de julho) será intitulado "otonogi" ou "a música importa", resumidamente queremos reunir pessoas que querem "fazer música".

[Obs: “オトノギ”(OTONOGI) é uma versão de "音楽の儀"(ongaku no gi) que pode ser traduzido como “importância da música” ou “cerimonia de música”, “儀” (gi) pode significar “assunto, questão, importância, ato, cerimonia ou prática”

Lá toca Ailiph DoepaichikaKL.O.V.ESailing Before The Wind, é uma grande variedade não é?

Sho: Ouso dizer que não consigo entender bandas por que Visual Kei não estão no meio desse tipo de banda, é como se elas “não fizessem música”… (sorriso irônico >😏<)

Hiroshi: Me pergunto o que posso dizer a essa altura… (*segurando a cabeça* >😱< )

Sho: Sabe, do nosso ponto de vista, mal podemos acreditar que estamos “fazendo música”. Eventos que apenas atraem clientes do tipo “WAI WAI, KYA KYA, divertido néééé” também devem ser bons. mas, no caso [desse tipo] de banda em particular, não é preciso fazer música. Como nós não somos assim, nós convidamos pessoas que sentimos que “estão fazendo música”. Bem, não fui eu que convidei, fomos todos nós [membros da banda] (risos).

Retsu: Vejam o evento todo, e não só esse dia. Tem aqueles que querem ver apenas uma banda ao vivo, e eu acho que tudo bem, o ingresso nunca é barato, mas se você pagar e for lá, pode descobrir algo com as outras bandas. Honestamente, eu acho que tem muitas bandas cuja música é “secundária” na cena Visual Kei atual. Se nós seguirmos para esse lado, sinto que a cena vai acabar… Mas isso não é suficiente pra falar sobre a cena, eu não quero apenas vender visuais, primeiramente porque acho que “Visual Kei” não é um gênero musical. E é essa a vantagem, poder fazer qualquer coisa. Eu também uso maquiagem como forma de expressão, e gosto de fazer visuais, mas o Visual Kei de agora é meio “meh”.

Sho: Não significa que nós temos algum preconceito. Não tinha quem apenas quisesse fazer isso conosco.

Retsu: Tenho visto muitas bandas inconsistentes hoje em dia. Mas também há muitas bandas que sinto que são “um pouco diferentes”. Nesse caso, seria interessante um evento onde bandas de gêneros diferentes se animam e se juntam para tocar freneticamente, naturalmente não haveria a intenção de perder bandas de outros gêneros.

[eu não entendi essa frase muito bem, mas acho que ele quis dizer que não tem intenção de que outras bandas acabem só porque são de gêneros diferentes. Que esse evento que eles organizaram é pra todos, independente de gênero musical. Ou algo parecido.]

Se há alguma banda que se sente “envergonhada”, leia isso…

Sho: Não pense assim sobre si mesmo. Agora o ódio realmente está se acumulando. Isso está incluído nesse novo álbum, e existe um lugar que nasceu desse tipo de sentimento, e ele se chama “OTONOGI”

Para acabar, por favor, diga uma só palavra para os leitores da GekiRock.

Sho: Em uma só palavra…… … “ouçam mais música”!

Hiroshi: Isso é mais que uma palavra!!!


Nos últimos anos esse enunciado perdeu seu propósito, acho que podemos queimá-lo.

Sho: Não queria destruí-lo, não era minha intenção. Só ouçam o que precisarem ouvir, só isso.

Retsu: Mas acho que seria melhor ouvir um breve recado. O Japão está atrasado com relação a outros países do exterior, e afinal de contas, ouvir música é uma coisa que fica em segundo plano na vida [das pessoas]. Eu acho que ouvir música muda a vida, agora existem muitas ferramentas para se ouvir música e mesmo assim as pessoas não ouvem. Queremos que vocês ouçam muitas músicas, não só as nossas! (*atrevido* >😏😉< risos)